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Os principais desafios dos aplicativos regionais de transporte

Em pleno 2024, os aplicativos de transporte de passageiros já estão estabelecidos como parte integrante da logística diária do brasileiro. Mas, esse comportamento do consumidor, de recorrer aos apps de transporte como parte complementar da rotina de transporte urbano, só é possível em algumas regiões graças aos aplicativos regionais de transporte de passageiros.

Isso porque, os principais aplicativos de transporte do país, Uber e 99, não alcançam todas as localidades do Brasil - e nem poderiam - afinal, estamos falando de um país de dimensões continentais.

Essa é parte da razão de porquê o número de aplicativos regionais no Brasil segue crescendo. Um levantamento feito só com os dados da Machine, principal tecnologia de criação de aplicativos de transporte no país, mostra que, do começo de 2023, até Abril de 2024, houve um crescimento de 21% no número de aplicativos regionais de transporte de passageiros no Brasil.

Esses aplicativos são, em geral, criados por motoristas ou grupos de motoristas, insatisfeitos com as altas taxas cobradas pelos aplicativos, por donos de outros empreendimentos ligados a mobilidade, como postos de gasolina ou locadoras de veículos, ou ainda, por empreendedores que se interessaram por esse mercado ao perceber seu potencial de crescimento.

Mas quais são os principais desafios dos aplicativos regionais de transporte de passageiros e como os aplicativos de sucesso tem os superado?

O desafio técnico

A primeira barreira que alguém que se determinou a criar um negócio de transporte de passageiros regional enfrenta é a questão técnica.

Não é viável que uma empresa de transportes atue sem ter um aplicativo para oferecer ao passageiro. E criar um aplicaivo não é uma tarefa nada fácil.

Ter um aplicativo é fundamental. Primeiro porque é o que o passageiro espera, já que foi o modelo de serviço com o qual se acostumou; segundo, porque é a forma mais prática de conseguir demanda; terceiro, porque através do aplicativo você pode criar um banco de dados importantíssimos para a gestão e planejamento estratégico da sua empresa de transportes, como horários e lugares de pico de demanda e atividade dos motoristas.

Contratar desenvolvedores para criar um aplicativo do zero para você, pode ser muito caro e nem de longe tão recompensador. Isso porque, os aplicativos precisam estar em constante atualização, oferecendo funcionalidades novas que acompanhem o crescimento da empresa de transporte. Se a demanda crescer, o aplicativo precisa suportar.

Claro que com um desenvolvedor próprio, cada atualização vai exigir que você desembolse uma grana.

Além disso, outra questão de suma importância em qualquer aplicativo de transporte é o sistema de mapas.

Cada vez que uma solicitação de rota é feita – gerando ou não uma corrida – uma localização é geocodificada. Nesses casos, o dono de um aplicativo próprio paga, em dólar, por cada uma das várias solicitações que são feitas durante o pedido de uma única corrida.

Superando o desafio técnico

A Machine atua com uma tecnologia white label, uma espécie de plataforma "pré-pronta". Isso quer dizer que o sistema não precisará ser criado do zero e que contará com atualizações recorrentes.

Dessa forma, os clientes usam um aplicativo já totalmente estruturado com painel de gestão para fazer o controle do negócio, cadastro de motoristas, definição de tarifas, dinâmica e muito mais, ao mesmo tempo em que tem um aplicativo completamante personalizado com a própria marca.

A Machine também toma para si os custos de mapas, evitando cobranças supresas e gastos adicionais aos clientes.

O desafio da regulamentação

O mercado dos aplicativos de transportes é, de certa forma, ainda recente. Iniciado em 2014, com a chegada da Uber ao Brasil, os apps geraram muita confusão em primeiro momento.

Hoje, 10 anos depois, e já estabelecidos como legais, enfrentam outro desafio: a regulamentação do mercado.

Os aplicativos podem e vão continuar operando. Mas de que forma? Sob quais moldes? É isso que a regulamentação promete definir.

Atualmente, o PL 12/2024 está em debate pelo Congresso Nacional, com votação prevista para junho.

Caso aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto de lei asseguraria um salário mínimo mensal de R$ 1.412 aos motoristas. Além disso, os trabalhadores teriam que contribuir com 7,5% para o INSS.

"Os trabalhadores vão fazer uma contribuição com base no salário mínimo, que é de R$ 8 por hora. Então, eles vão contribuir com 7,5% sobre R$ 8, que dá R$ 0,60. E as empresas, 20% sobre R$ 8, que vai dar R$ 1,60"- Francisco Macena, secretério-executivo do Ministério do Trabalho

A possível instauração de um salário mínimo assustou os donos de aplicativos regionais, porém, o pagamento do salário mínimo de R$ 1412 mensais, só seria feito para aqueles motoristas que trabalhassem pelo menos 8 horas diárias e não alcançassem esse valor. Agora me diz: quantos motoristas você conhece que rodam 8 horas por dia e no fim do mês não conseguiram R$ 1400?

Outro ponto de preocupação é sobre a necessidade das empresas contribuírem com 20% para o INSS. Essa medida foi feita para adequar as empresas de intermediação de transportes à obrigação de recolher as contribuições previdenciárias de quem trabalha junto a ela. Mesmo que os motoristas não sejam CLT, ambas as partes envolvidas nessa dinâmica de trabalho por aplicativo terão de contribuir.

O desafio do mercado

O último desafio é relacionado ao "medo" de enfrentar os grande aplicativos. A crença de que, pelo fato dos aplicativos multinacionais terem mais dinheiro, é impossível compertir com eles.

Isso não poderia ser mais distante da realidade.

A força dos aplicativos de transporte regionais está justamente no fator presença na área e entender a necessidade da população local.

A preocupação em oferecer um serviço de alta qualidade é o que diferencia os apps regionais. Preços justos para os motoristas, leva a um serviço mais atencioso, que por sua vez leva à fidelização dos clientes. É um ciclo virtuoso.

Além disso, os números chamam a atenção. Nos primeiros 6 meses de 2022, o valor movimentado pelas empresas regionais de mobilidade que usam o software da Machine já era 14% maior em relação ao período do segundo semestre de 2021, mesmo com  época de grande demanda devido às festas de fim de ano. Na época, as empresas parceiras da Machine movimentavam anualmente R$ 700 milhões.

Hoje, menos de 2 anos depois, as empresas parceiras da Machine já movimentam mais de R$ 1.5 bilhão anualmente.

Estudos do mercado da mobilidade apontam que serão movimentados no mundo todo 230 bilhões de dólares até 2025, cerca de R$ 11 trilhões de reais. E o Brasil faz parte desse crescimento.